Pastor Serginho, meu amigo

Nesta segunda não pude deixar de lembrar de uma data que na verdade queria que não existisse. Já perdi várias pessoas na família, e quando falamos em perder nos referimos é claro à morte, eu gosto de escrever assim, ser direto, sem rodeios.

Em Arapoti, quando jogávamos futebol, eu e o Serginho nos divertíamos com algumas piadas que contávamos durante o jogo, coisas que não posso dizer aqui, não são anedótas não, mas não posso falar. A cada dia nossa amizade ia crescendo. O Serginho tinha acabado de chegar na igreja, estava aprendendo muitas coisas, conhecendo pessoas diferentes das que conhecia, tendo um novo mundo, uma nova perspectiva, enfim, uma nova realidade.
Depois de um tempo, o Sérgio, que era o "queridinho das meninas" (me desculpe Bia, mas tive que escrever), acabou se apaixonando por uma tecladista excepcional e essa história não me atrevo a contar, a única coisa que sei é que eu tinha certeza que ele estava amando ela, fiquei muito feliz, pois era o que ele precisava, e ela também.
Muita coisa aconteceu e vou resumir, ele foi pra Santos (onde ela estudava), foi fazer o mesmo curso que eu fiz: Instrumentação Industrial, depois voltou e decidiu mudar totalmente o rumo da sua vida: virou pastor. Pastor? O Sérgio? Se ele não tivesse me falado eu talvez tivesse um pouco de dúvida, mas era verdade. Então se casou com a Bia, mudaram-se para o Rio Grande do Sul, fizeram sua história lá, tiveram dois lindos filhos e no dia 16/04/2011 um trágico acidente ceifou a vida deste meu amigo. Fica na minha memória seu sorriso, sua dedicação a Deus, as bagunças nos acampamentos, nosso futebol, o seu flamengo (sou palmeirense), os recadinhos do coração que recebíamos, as viagens, etc. Eu sei onde ele está agora, sabemos sim, mas fica a dor, que dor é essa? Não entendemos, mas pedimos a Deus que nos conforte, mas principalmente à Bia, ao Davi e ao Miguelzinho. Ainda que aconteçam coisas ruins, Deus continua sendo Deus e continua sendo bom, amém.